O final de ano chegou e com ele a estação de feedbacks, já que a maioria das empresas realiza essa atividade no mês de dezembro. Avaliar e ser avaliado pode não ser fácil para alguns trabalhadores e empregadores.

No entanto, esse expediente, que não é exclusivo do mundo corporativo, é fundamental para que os funcionários possam crescer na carreira e contribuir apropriadamente para a organização na qual trabalham. 

O feedback é também um mapa do que pode vir

Para o diretor-geral da Robert Half na América do Sul, Fernando Mantovani, o feedback é uma avaliação do momento, mas também um mapa que pode direcionar para os próximos passos.

“Gosto de pensar no feedback profissional como um farol, que nos indica o melhor caminho para alcançar o destino desejado, seja ele evoluir no aspecto técnico, comportamental, de gestão, entre outros. Sem essa luz, torna-se praticamente impossível chegar longe e bem”, explica.

Sobre a autoavaliação, ele ainda comenta: “intuição, observação, autocrítica, tudo isso ajuda e muito. Mas o olhar “de fora” é insubstituível, pois ele dá conta tanto de uma visão panorâmica quanto de pontos cegos, dois ângulos difíceis de assumirmos em relação a nós mesmos”.

Além disso, por mais conscientes e atentos que os profissionais estejam em relação à própria performance, é bom lembrar que todos trabalham em equipe, para clientes, com fornecedores e muitos outros stakeholders. Por isso, a  autopercepção sobre pontos fortes e fracos costuma ser limitada frente ao ambiente complexo e dinâmico em que estamos inseridos.

“Embora seja imprescindível e rotineiro em inúmeras companhias, o feedback pode ser um verdadeiro imã de resistências por parte de quem dá e de quem o recebe, já que envolve críticas, frustrações e expectativas”, esclarece o diretor-geral.

“Avaliadores não raramente se sentem pisando em ovos e tentam suavizar a mensagem. Ou, ao contrário, cometem “sincericídeo” e acabam ferindo suscetibilidades. Alguns avaliados, por sua vez, “fingem” ouvir, sem se envolver verdadeiramente no diálogo, para se protegerem de comentários indesejados”.

Cuidados importantes na hora de falar e ouvir

A avaliação requer mais do que saber o que falar. Planejar como, quando e onde ter a conversa é básico. E trata-se também de saber escutar, com a mente aberta. Para obter bons resultados, há uma série de cuidados a serem adotados pelos envolvidos.

Recomendações para quem vai falar:

  • Seja construtivo: líderes que elogiam e parabenizam os funcionários conquistam mais engajamento deles. Se for necessário criticar, o principal é ser respeitoso e positivo, propondo caminhos e apoio;
  • Aceite a reciprocidade: tão relevante quanto dar o feedback é saber ouvir a opinião de quem foi avaliado sobre a mensagem transmitida. Em uma via de mão dupla, as pessoas se sentem mais estimuladas a participar e fazer mudanças;
  • Utilize exemplos: descrever situações concretas ajuda o ouvinte a compreender melhor o que é esperado dele. Ao pedir pontualidade, por exemplo, indique os motivos associados a esse pedido (não sobrecarregar os demais colegas, por exemplo);
  • Busque o equilíbrio: como em qualquer conversa produtiva, o tom faz toda a diferença. Manter a cordialidade e a objetividade é a regra de ouro para não ser ofensivo, confuso ou omisso com o interlocutor;
  • Passe orientações claras: além de pontuar prós e contras do desempenho, é imprescindível orientar o funcionário sobre o que ele deve fazer para melhorar e oferecer recursos para tanto (treinamento, outras conversas etc).

Recomendações para quem vai ouvir:

  • Mantenha-se paciente: o primeiro passo para poder ouvir é ter paciência. Não interrompa, não fique pensando na resposta, não se distraia antes do seu interlocutor completar o raciocínio;
  • Pense na linguagem corporal: é um clássico a contradição das pessoas que dizem sim verbalmente, porém balançam a cabeça negativamente. Esse tipo de problema é evitado quando nos preparamos para ouvir sem julgar ou reagir de imediato;
  • Faça um agradecimento: agradecer o feedback, seja ele positivo ou negativo, demonstra apreço pelo interlocutor e pelo esforço dele em contribuir para sua evolução profissional;
  • Proponha-se uma reflexão: é difícil refletir profundamente sobre o feedback na hora em que ele está acontecendo. Vale reservar um momento tranquilo para pensar no que foi dito e proposto.

“O feedback é, acima de tudo, um diálogo e, como tal, será tão melhor quanto mais empatia, respeito e transparência forem adotados pelos interlocutores. Por ser uma conversa, pode e deve acontecer em vários momentos, não apenas no final do ano. Esse é o tipo de troca que só favorece o processo de aprimoramento contínuo dos funcionários e a conquista de bons resultados pelas empresas”, finaliza Mantovani.

Com informações Robert Half



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